sexta-feira, 5 de março de 2010

Não devia ser ao contrário?

Há mais inquéritos parlamentares do que sessões judiciais!
Há mais notícias sobre o Primeiro-Ministro do que de obras feitas por ele!
Há mais repórteres do que jornalistas!
Há mais candidatos a candidatos à liderança PSD do que a Primeiro-Ministro!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Passageiro

Sou apenas o passageiro.
O passageiro de um automóvel que terá um fim.
Eu sou apenas o seu passageiro.
Não sou o meu carro, sou o passageiro.
Um Passageiro sem fim.
Ele terá um fim.
Eu estarei para sempre
Mas eu sou o passageiro
E ele o meu carro.
No fim dele,
Eu estarei lá
E o meu fim não haverá
Porque eu sou o passageiro
E ele o meu carro
Sou passageiro no meu carro
E amanhã não estarei cá
Porque em tudo serei passageiro
Mas para sempre ficarei cá

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O Muro

Nos dias em que comemoramos a queda do muro de Berlim, “o muro da vergonha”, com o contentamento de quem venceu um obstáculo, de quem ganhou a paz e colocou de lado a vitória da guerra, sabemos afirmar a importância de derrubar fronteiras físicas e culturais para que com o respeito pela diferença saibamos acrescentar valor num contributo global para problemas planetários. Só que, do reforço do interesse e das virtudes da labuta comum com vista à prossecução de objectivos globais até à colocação em prática da defesa acérrima e pragmática desses conceitos ainda tão teóricos a diferença é cabal, provocante e assustadora!
Na mesma Europa em que comemoramos a queda de um muro vinte anos passados, assistimos desinteressados e resignados a pessoas que de passaporte na mão todos os dias tentam cruzar o muro que separa Nicósia (Chipre), entre gregos e turcos! E nós aqui tão perto!
Há alguns séculos atrás ultrapassámos o desafio da construção de pontes para superar rios como barreira naturais, e ainda usámos estes percursos de água para estarmos mais perto dos povos vizinhos. Hoje a barreira entre Israel e a Palestina parece a muitos a melhor solução para travar um conflito. A barreira México-EUA agoniza pressões e conflitos. A construção de um muro de mais de 3000km, com 25 metros de altura entre Índia e Bangladesh, enfatiza e coloca à fome milhões de pessoas, destrói relações comerciais e o sustento de famílias inteiras! Separa pessoas que independente da cultura ou nacionalidade construíram relações de amizade.
Platão escreveu por Sócrates! “Não sou grego nem ateniense, mas um cidadão do mundo!” Paulo escreveu para Éfeso “Vocês já não são estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos”. Quem luta por ideais, crenças e valores não mata para viver, entrega-se à vida e à morte e tenta sobreviver!
Razões para comemorar? Não vão gostar de ouvir a resposta! Perguntemos. O que é que aprendemos com a construção, a vivência e a queda do muro da vergonha? Não quero ser demasiado pessimista! Nada!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Casamento

A perenidade associada ao casamento é uma herança cristã transposta tão fielmente para a nossa lei que me choca tão só pensar na fragilidade que lhe querem associar pela facilitação que atribuem ao processo de divórcio. Mas mais chocante ainda, é constatar que quem tão acerrimamente contesta a crença cristã se apega a um conceito bíblico de casamento para o legalizar entre homossexuais.
Defendo-vos quando me dizem que existe, indubitavelmente, uma discriminação clara na lei portuguesa no que diz respeito ao casamento, não vos contrario se me acrescentam que os heterossexuais são protegidos por essa figura legal biblicamente herdada. Sim, é verdade! Não custa dizê-lo.
A discriminação positiva aplicada no casamento heterossexual com base no princípio económico que assegura o apoio social e financeiro e estimula a reprodução, visando a sustentabilidade geracional revela discernimento por parte do legislador.
A discriminação positiva aplicada no casamento heterossexual que sustenta a estabilidade social e promove o bem-estar civil assente no cariz familiar e na fidelidade como matriz societária europeia traduz uma herança histórica a que apelamos com apego recordando aquilo a que designamos "bons costumes".
A liberdade individual deve ser defendida pelo estado democrático assente em direitos, liberdades e garantias. E a liberdade de união entre pessoas de qualquer sexo, está salvaguardada pela sua não proibição, mas isso não significa promovê-la ou incentivá-la atribuindo-lhe benefícios!
Que liberdade estará implícita em legalizar o casamento entre homossexuais? Será isso defender liberdade e direitos iguais? O que dirão amanhã três pessoas que se pretendam casar? Ou quatro? Que o Estado as discrimina por não poderem utilizar a liberdade na sua plenitude? Os estudantes que saiam de casa para ir para a universidade devem casar-se no primeiro dia que partilham a casa e no último divorciarem-se para usufruir de privilégios fiscais e de assistência? Será que neste casamento se pretende constituir família? Não são três palavras que se querem mudar. É todo um direito da família assente no facto de se pretender constituir família!
"Casamento é o contrato celebrado entre duas pessoas de sexo diferente que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vida, nos termos das disposições deste Código." Artº1577 Cód. Civil.
Será que posso perguntar... se, se retira " de sexo diferente" porque não também tirar o "duas"? É absurdo!
Finalmente, porquê usurpar a palavra casamento da bíblia para usá-la de modo tão oposto? União de facto, ou outra designação que sirva os interesses, ou os privilégios que querem que sejam concedidos a alguns não será mais adequado?

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Um amigo que importa conhecer

Escreveram-me assim:

“O quê que aquela mãe deve estar a sentir? O quê que o nosso Deus anda a fazer? A próxima vez que falares com ele diz-lhe que cada vez me desilude mais… “
Acho que me apeteceu responder “a mim também”, mas não é verdade. Ele tem sido maravilhoso e fiel, até gracioso nas minhas falhas e loucuras.
Quando nós impedimos que Deus entre na nossa vida, quando queremos resolver tudo pela força do nosso braço e pela lógica da nossa razão, bloqueamos aquilo que Ele nos quer dar. Não aceitamos o seu interceder em nosso favor. E ele não poderia mesmo assim fazer? Podia. Mas um Deus de responsabilização. Um Deus de liberdade deixa-te escolher o teu destino, mesmo que durante o percurso te vá dando oportunidades para O deixares entrar, para O deixares moldar a tua vida. Para não seres mais tu, mas Ele em ti.
Tenho falado com Ele e conforme vou conhecendo o seu coração, vou entendendo, o que Ele faz e o que ele deixa acontecer e tenho visto muita da sua graça onde não há esperança, muita da sua misericórdia onde Ele é negado, toda a Sua fidelidade naqueles que O buscam. A próxima vez que falar com ele, não lhe vou dizer que me desilude, mas vou-lhe pedir que se mostre mais a quem pensa que sim. Não lhe vou pedir um sinal, mas vou confessar-lhe que é isso que quem não O conhece vai pedindo. Já conheço a resposta! Conforme nos vamos conhecendo há respostas que já sei de cor! “Tu és o sinal, vai e anuncia-me”.
Porque é que Tu nos usas? A esta Ele nunca me respondeu ou pelo menos eu não entendi. Acho que lhe  vou perguntar outra vez.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Somos loucos!

Somos loucos pintados de cinzento. Vivemos disfarçados de alguém que nem queremos ser.
Somos loucos dissimulados pelas aptidões de nos fazermos parecer igual aos outros.
Somos loucos que trabalhamos para obter o que não precisamos.
Somos loucos sem prioridades.
A nossa sensatez desapareceu com a razão e a lógica da psicologia.
A nossa lucidez desapareceu com o desenvolvimento do cérebro.
As nossas frustações acumulam-se.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Discurso do Presidente dos EUA na Abertura do Ano Lectivo

Sei que para muitos de vocês hoje é o primeiro dia de aulas, e para os que entraram para o jardim infantil, para a escola primária ou secundária, é o primeiro dia numa nova escola, por isso é compreensível que estejam um pouco nervosos. Também deve haver alguns alunos mais velhos, contentes por saberem que já só lhes falta um ano. Mas, estejam em que ano estiverem, muitos devem ter pena por as férias de Verão terem acabado e já não poderem ficar até mais tarde na cama. Também conheço essa sensação. Quando era miúdo, a minha família viveu alguns anos na Indonésia e a minha mãe não tinha dinheiro para me mandar para a escola onde andavam os outros miúdos americanos. Foi por isso que ela decidiu dar-me ela própria umas lições extras, segunda a sexta-feira, às 4h30 da manhã.
A ideia de me levantar àquela hora não me agradava por aí além. Adormeci muitas vezes sentado à mesa da cozinha. Mas quando eu me queixava a minha mãe respondia-me: "Olha que isto para mim também não é pêra doce, meu malandro..."
Tenho consciência de que alguns de vocês ainda estão a adaptar-se ao regresso às aulas, mas hoje estou aqui porque tenho um assunto importante a discutir convosco. Quero falar convosco da vossa educação e daquilo que se espera de vocês neste novo ano escolar.
Já fiz muitos discursos sobre educação, e falei muito de responsabilidade. Falei da responsabilidade dos vossos professores de vos motivarem, de vos fazerem ter vontade de aprender. Falei da responsabilidade dos vossos pais de vos manterem no bom caminho, de se assegurarem de que vocês fazem os trabalhos de casa e não passam o dia à frente da televisão ou a jogar com a Xbox. Falei da responsabilidade do vosso governo de estabelecer padrões elevados, de apoiar os professores e os directores das escolas e de melhorar as que não estão a funcionar bem e onde os alunos não têm as oportunidades que merecem.
No entanto, a verdade é que nem os professores e os pais mais dedicados, nem as melhores escolas do mundo são capazes do que quer que seja se vocês não assumirem as vossas responsabilidades. Se vocês não forem às aulas, não prestarem atenção a esses professores, aos vossos avós e aos outros adultos e não trabalharem duramente, como terão de fazer se quiserem ser bem sucedidos.
E hoje é nesse assunto que quero concentrar-me: na responsabilidade de cada um de vocês pela sua própria educação.
Todos vocês são bons em alguma coisa. Não há nenhum que não tenha alguma coisa a dar. E é a vocês que cabe descobrir do que se trata. É essa oportunidade que a educação vos proporciona.
Talvez tenham a capacidade de ser bons escritores - suficientemente bons para escreverem livros ou artigos para jornais -, mas se não fizerem o trabalho de Inglês podem nunca vir a sabê-lo. Talvez sejam pessoas inovadoras ou inventores - quem sabe capazes de criar o próximo iPhone ou um novo medicamento ou vacina -, mas se não fizerem o projecto de Ciências podem não vir a percebê-lo. Talvez possam vir a ser mayors ou senadores, ou juízes do Supremo Tribunal, mas se não participarem nos debates dos clubes da vossa escola podem nunca vir a sabê-lo.
No entanto, escolham o que escolherem fazer com a vossa vida, garanto-vos que não será possível a não ser que estudem. Querem ser médicos, professores ou polícias? Querem ser enfermeiros, arquitectos, advogados ou militares? Para qualquer dessas carreiras é preciso ter estudos. Não podem deixar a escola e esperar arranjar um bom emprego. Têm de trabalhar, estudar, aprender para isso.
E não é só para as vossas vidas e para o vosso futuro que isto é importante. O que vocês fizerem com os vossos estudos vai decidir nada mais nada menos que o futuro do nosso país. Aquilo que aprenderem na escola agora vai decidir se enquanto país estaremos à altura dos desafios do futuro.
Vão precisar dos conhecimentos e das competências que se aprendem e desenvolvem nas ciências e na matemática para curar doenças como o cancro e a sida e para desenvolver novas tecnologias energéticas que protejam o ambiente. Vão precisar da penetração e do sentido crítico que se desenvolvem na história e nas ciências sociais para que deixe de haver pobres e sem-abrigo, para combater o crime e a discriminação e para tornar o nosso país mais justo e mais livre. Vão precisar da criatividade e do engenho que se desenvolvem em todas as disciplinas para criar novas empresas que criem novos empregos e desenvolvam a economia.
Precisamos que todos vocês desenvolvam os vossos talentos, competências e intelectos para ajudarem a resolver os nossos problemas mais difíceis. Se não o fizerem - se abandonarem a escola -, não é só a vocês mesmos que estão a abandonar, é ao vosso país.
Eu sei que não é fácil ter bons resultados na escola. Tenho consciência de que muitos têm dificuldades na vossa vida que dificultam a tarefa de se concentrarem nos estudos. Percebo isso, e sei do que estou a falar. O meu pai deixou a nossa família quando eu tinha dois anos e eu fui criado só pela minha mãe, que teve muitas vezes dificuldade em pagar as contas e nem sempre nos conseguia dar as coisas que os outros miúdos tinham. Tive muitas vezes pena de não ter um pai na minha vida. Senti-me sozinho e tive a impressão que não me adaptava, e por isso nem sempre conseguia concentrar-me nos estudos como devia. E a minha vida podia muito bem ter dado para o torto.
Mas tive sorte. Tive muitas segundas oportunidades e consegui ir para a faculdade, estudar Direito e realizar os meus sonhos. A minha mulher, a nossa primeira-dama, Michelle Obama, tem uma história parecida com a minha. Nem o pai nem a mãe dela estudaram e não eram ricos. No entanto, trabalharam muito, e ela própria trabalhou muito para poder frequentar as melhores escolas do nosso país.
Alguns de vocês podem não ter tido estas oportunidades. Talvez não haja nas vossas vidas adultos capazes de vos dar o apoio de que precisam. Quem sabe se não há alguém desempregado e o dinheiro não chega. Pode ser que vivam num bairro pouco seguro ou os vossos amigos queiram levar-vos a fazer coisas que vocês sabem que não estão bem.
Apesar de tudo isso, as circunstâncias da vossa vida - o vosso aspecto, o sítio onde nasceram, o dinheiro que têm, os problemas da vossa família - não são desculpa para não fazerem os vossos trabalhos nem para se portarem mal. Não são desculpa para responderem mal aos vossos professores, para faltarem às aulas ou para desistirem de estudar. Não são desculpa para não estudarem.
A vossa vida actual não vai determinar forçosamente aquilo que vão ser no futuro. Ninguém escreve o vosso destino por vocês. Aqui, nos Estados Unidos, somos nós que decidimos o nosso destino. Somos nós que fazemos o nosso futuro.
E é isso que os jovens como vocês fazem todos os dias em todo o país. Jovens como Jazmin Perez, de Roma, no Texas. Quando a Jazmin foi para a escola não falava inglês. Na terra dela não havia praticamente ninguém que tivesse andado na faculdade, e o mesmo acontecia com os pais dela. No entanto, ela estudou muito, teve boas notas, ganhou uma bolsa de estudos para a Universidade de Brown, e actualmente está a estudar Saúde Pública.
Estou a pensar ainda em Andoni Schultz, de Los Altos, na Califórnia, que aos três anos descobriu que tinha um tumor cerebral. Teve de fazer imensos tratamentos e operações, uma delas que lhe afectou a memória, e por isso teve de estudar muito mais - centenas de horas a mais - que os outros. No entanto, nunca perdeu nenhum ano e agora entrou na faculdade.
E também há o caso da Shantell Steve, da minha cidade, Chicago, no Illinois. Embora tenha saltado de família adoptiva para família adoptiva nos bairros mais degradados, conseguiu arranjar emprego num centro de saúde, organizou um programa para afastar os jovens dos gangues e está prestes a acabar a escola secundária com notas excelentes e a entrar para a faculdade.
A Jazmin, o Andoni e a Shantell não são diferentes de vocês. Enfrentaram dificuldades como as vossas. Mas não desistiram. Decidiram assumir a responsabilidade pelos seus estudos e esforçaram-se por alcançar objectivos. E eu espero que vocês façam o mesmo.
É por isso que hoje me dirijo a cada um de vocês para que estabeleça os seus próprios objectivos para os seus estudos, e para que faça tudo o que for preciso para os alcançar. O vosso objectivo pode ser apenas fazer os trabalhos de casa, prestar atenção às aulas ou ler todos os dias algumas páginas de um livro. Também podem decidir participar numa actividade extracurricular, ou fazer trabalho voluntário na vossa comunidade. Talvez decidam defender miúdos que são vítimas de discriminação, por serem quem são ou pelo seu aspecto, por acreditarem, como eu acredito, que todas as crianças merecem um ambiente seguro em que possam estudar. Ou pode ser que decidam cuidar de vocês mesmos para aprenderem melhor. E é nesse sentido que espero que lavem muitas vezes as mãos e que não vão às aulas se estiverem doentes, para evitarmos que haja muitas pessoas a apanhar gripe neste Outono e neste Inverno.
Mas decidam o que decidirem gostava que se empenhassem. Que trabalhassem duramente. Eu sei que muitas vezes a televisão dá a impressão que podemos ser ricos e bem-sucedidos sem termos de trabalhar - que o vosso caminho para o sucesso passa pelo rap, pelo basquetebol ou por serem estrelas de reality shows -, mas a verdade é que isso é muito pouco provável. A verdade é que o sucesso é muito difícil. Não vão gostar de todas as disciplinas nem de todos os professores. Nem todos os trabalhos vão ser úteis para a vossa vida a curto prazo. E não vão forçosamente alcançar os vossos objectivos à primeira.
No entanto, isso pouco importa. Algumas das pessoas mais bem-sucedidas do mundo são as que sofreram mais fracassos. O primeiro livro do Harry Potter, de J. K. Rowling, foi rejeitado duas vezes antes de ser publicado. Michael Jordan foi expulso da equipa de basquetebol do liceu, perdeu centenas de jogos e falhou milhares de lançamentos ao longo da sua carreira. No entanto, uma vez disse: "Falhei muitas e muitas vezes na minha vida. E foi por isso que fui bem-sucedido."
Estas pessoas alcançaram os seus objectivos porque perceberam que não podemos deixar que os nossos fracassos nos definam - temos de permitir que eles nos ensinem as suas lições. Temos de deixar que nos mostrem o que devemos fazer de maneira diferente quando voltamos a tentar. Não é por nos metermos num sarilho que somos desordeiros. Isso só quer dizer que temos de fazer um esforço maior por nos comportarmos bem. Não é por termos uma má nota que somos estúpidos. Essa nota só quer dizer que temos de estudar mais.
Ninguém nasce bom em nada. Tornamo-nos bons graças ao nosso trabalho. Não entramos para a primeira equipa da universidade a primeira vez que praticamos um desporto. Não acertamos em todas as notas a primeira vez que cantamos uma canção. Temos de praticar. O mesmo acontece com o trabalho da escola. É possível que tenham de fazer um problema de Matemática várias vezes até acertarem, ou de ler muitas vezes um texto até o perceberem, ou de fazer um esquema várias vezes antes de poderem entregá-lo.
Não tenham medo de fazer perguntas. Não tenham medo de pedir ajuda quando precisarem. Eu todos os dias o faço. Pedir ajuda não é um sinal de fraqueza, é um sinal de força. Mostra que temos coragem de admitir que não sabemos e de aprender coisas novas. Procurem um adulto em quem confiem - um pai, um avô ou um professor ou treinador - e peçam-lhe que vos ajude.
E mesmo quando estiverem em dificuldades, mesmo quando se sentirem desencorajados e vos parecer que as outras pessoas vos abandonaram - nunca desistam de vocês mesmos. Quando desistirem de vocês mesmos é do vosso país que estão a desistir.
A história da América não é a história dos que desistiram quando as coisas se tornaram difíceis. É a das pessoas que continuaram, que insistiram, que se esforçaram mais, que amavam demasiado o seu país para não darem o seu melhor.
É a história dos estudantes que há 250 anos estavam onde vocês estão agora e fizeram uma revolução e fundaram este país. É a dos estudantes que estavam onde vocês estão há 75 anos e ultrapassaram uma depressão e ganharam uma guerra mundial, lutaram pelos direitos civis e puseram um homem na Lua. É a dos estudantes que estavam onde vocês estão há 20 anos e fundaram a Google, o Twitter e o Facebook e mudaram a maneira como comunicamos uns com os outros.
Por isso hoje quero perguntar-vos qual é o contributo que pretendem fazer. Quais são os problemas que tencionam resolver? Que descobertas pretendem fazer? Quando daqui a 20 ou a 50 ou a 100 anos um presidente vier aqui falar, que vai dizer que vocês fizeram pelo vosso país?
As vossas famílias, os vossos professores e eu estamos a fazer tudo o que podemos para assegurar que vocês têm a educação de que precisam para responder a estas perguntas. Estou a trabalhar duramente para equipar as vossas salas de aulas e pagar os vossos livros, o vosso equipamento e os computadores de que vocês precisam para estudar. E por isso espero que trabalhem a sério este ano, que se esforcem o mais possível em tudo o que fizerem. Espero grandes coisas de todos vocês. Não nos desapontem. Não desapontem as vossas famílias e o vosso país. Façam-nos sentir orgulho em vocês. Tenho a certeza que são capazes.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

As alcunhas do futebol

Ao Ashley Cole chamam-lhe Judas porque trocou o Arsenal pelo Chelsea.
Ao Ramires chamam-lhe queniano, mas o Javi Garcia corre mais do que ele.
Ao Rodriguez chamam-lhe cebola porque faz os outros chorar.
Ao Nuno Gomes chamam-lhe Maria Amélia, mas ele nem Gomes se chama.
Ao Messi chamam-lhe Messias, ele veio para salvar o Barcelona.
Ao Mourinho chamam-lhe Special One, porque de facto ele é.
Aos árbitros chamam-lhes muita coisa.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Equilíbrios Nacionais e Esdras locais!

Sempre que se aproximam eleições, discutem-se valores, não importa o país, acusa-se a esquerda de não os ter e a direita de ser conservadora por defender alguns.
Convém distinguir legislativas e autárquicas e consequentemente os diferentes territórios de impacto das normas vindouras. Se ao nível nacional prudência em relação a uma esquerda imoral é para mim um centro de preocupação, já ao nível autárquico a colisão da direita com valores sociais e solidários assustam e repudiam.
Esdras, não precisou de ser rei para se revoltar contra a imoralidade e contra aqueles que não cumpriam a vontade de Deus. Esdras precisou de coragem para tomar posição.
Acredito na lacuna de um partido de valores cristãos que não se limitam à protecção da família, preservação do casamento e combate da promiscuidade, mas também medidas de cariz social, solidárias e protectoras de desfavorecidos.
A proximidade das duas escolhas, é quem sabe um momento para com diferentes votações defender valores cristãos globais. Não será o suprimento de uma lacuna, mas apenas um equilíbrio ténue!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Nós

Somos Espírito. Parecemos corpo.
Temos Alma. E às vezes estamos tão vazios.
Nada nos pertence. Pensamo-nos os donos do mundo.
Corpo é nada! Levantámo-nos do pó e lá chegaremos.
Louvor ao criador. Ele liberta-nos.
Com ele temos poder!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Um Aeroporto, um TGV

Nunca fui nacionalista, nem proteccionista, congratulo-me até de pensar que sou antes cidadão do mundo e de que não vale mais a vida de um português, americano ou francês do que a de um afegão, chinês ou etíope. Mas convenhamos que ao governo português compete zelar pelos que habitam por estas paragens entaladas entre Espanha e o Oceano.
Contra o governo de José Sócrates várias vezes me insurgi e acusei de não cumprirem promessas, mas por outro lado sempre apoiei acerrimamente estas obras públicas por entender que para além dos benefícios da sua utilização na vertente económica e turística, também promovem o emprego quer durante, quer no período posterior à sua construção, além de necessariamente contribuírem para a promoção do interior (chamemos-lhe Portugal profundo). Mas convenhamos que entregar estas obras às mãos de uma empresa espanhola é equacionar parte dos benefícios ao nível da empregabilidade pelo menos durante uma década.
Parece-me que o governo espanhol ficará contente a ajuda às empresas castelhanas, por outro lado, parece-me que gastar mais algum para favorecer a empregabilidade e a competitividade das empresas portuguesas não seria mal pensado.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Manuela ou Sócrates?

Manuela é o nome da professora da minha educação pré-primária, encontrei-a uma vez no Algarve, na praia, vagamente me lembro da sua cara, penso que não era tão dedicada a números como Ferreira Leite, mas por outro lado, era mais interessada pelas pessoas, especialmente, pelas crianças que na altura teriam uns 4 anos e pouco se importavam com regras ou ordens, um pouco como todos nós, mas ela importava-se! Não me lembro de nos perguntar coisas sobre números, mas lembro que se fosse preciso nos colocava a comida na boca, e nunca a ouvi falar de défice. Ferreira Leite, não me lembro de falar de comida, crianças ou outras pessoas, mas sei que défice, e contas públicas passam-lhe pela boca quase todos os dias. Enfim, Manuelas!
Sócrates, filósofo grego, com o seu discípulo Platão, lembro-me do seu apelo à razão e da morte pelos seus ideais. Este Sócrates de agora não aprendeu nada com o que eu estudei, a não ser na arte do discurso, mas essa estava guardada para o seu opositor em "Górgias". Sócrates o 1º M, sabe prometer, conversar, aumentar os impostos, fechar centros de saúde, legalizar o aborto, será que ele sabe o que serão ideais? O outro Sócrates também não sabia governar! Mas nunca quis ser o 1º!
O dilema da escolha.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Acordo Ortográfico

Chamar-lhe-ão "acordo"? Será que, e comecemos pela denominação, nomear de "acordo" as conclusões de uma discussão (se é que ela realmente existiu), onde um dos proponentes (e desculpem-me a expressão) baixa as calças ao outro é o vocábulo que melhor descreve o que realmente está a acontecer? Mas deixemos de lado a terminologia para nos dedicarmos ao conteúdo, ou antes ainda, ao que dá origem a este "acordo" (e desculpem as aspas, mas ainda não me habituei de todo a este novo sentido que querem atribuir à palavra).
A língua portuguesa utilizada em Portugal é expressão da cultura portuguesa. A língua portuguesa utilizada em Angola é expressão da cultura angolana. A língua portuguesa utilizada no Brasil é expressão da cultura brasileira. Privamo-nos da nossa raiz cultural latina, simplesmente, porque acreditamos no potencial económico de uma língua internacional? Sinceramente, nem sequer me importa a grafia em si, habituar-me a escrever sem o "p" de "acepção" ou aceção será estranhíssimo, mas mais estranho e duro de aceitar é que, por exemplo, desde o início das negociações para a comunidade europeia, a preservação da identidade cultural de cada país sempre esteve em cima da mesa como um dos factores chave que nenhum país teria de abdicar, mas enfim, além mar, além oceano, ou a milhares de quilómetros daqui, existem países cujo potencial económico, simplesmente por manterem uma língua por nós estabelecida, nos impõem, hoje, o seu facilitismo linguista, ou influências culturais que nada têm a ver com as raízes latinas da nossa língua! Não somos mais internacionais, nem mais globais, nem menos preconceituosos por termos uma língua igual. O desafio que se nos coloca é apenas um, será que o "povo unido jamais será vencido"? Não queremos este acordo! Aqui segue o meu alerta, professores e editores em particular, portugueses em geral, vamos resistir! Rectamente, sem fazer acepção de pessoas, mas aceitando que factos são factos. E será um acto nobre e defensor da nossa cultura resistir. Conseguimos?

O que é que perdemos?

Desde 74 o mês de Abril é próspero em reflexões dicotómicas relativas aos ganhos da revolução. Hoje não pretendo deixar aqui algumas linhas de pensamento sobre as consequências da mudança mas, tão simplesmente, um desafio, e não me acusem de fascista, ou nacionalista exacerbado, contudo, fica a pergunta:
O que perdemos com o 25 de Abril?
Uma revolução que causou rupturas cabais com o passado proporcionou um corte drástico com muitas perspectivas societárias, económicas e culturais assentes e acerrimamente defendidas não apenas por extremistas do regime, mas também por tantos outros simplesmente embrenhados num paradigma social dominante e controlado. Importa, hoje, e à medida que nos distanciamos da revolução, reflectir sem apegos políticos excessivos provocados pela própria, concluirmos relativamente às suas consequências, com a audácia para dela retirarmos não apenas virtuosidades, mas também... o que se perdeu com a revolução? Sejamos audazes!

quarta-feira, 26 de março de 2008

Liberdade

Ser livre é não teres de fazer aquilo que esperam de ti, mas poderes superar as expectativas.
Ser livre é poderes fazer em vez de viveres na obrigação das tuas tarefas.
Ser livre é escolheres não fazer quando todos te pressionam.
Ser livre é poderes escolher comprometer-te.
Ser livre é escolheres as tuas autoridades.
Seres livre é não te deixares dominar por nenhum homem e respeitar todos.
Ser livre é viver num mundo onde tudo, mas mesmo tudo é permitido, mas onde nem tudo te convém e nem tudo te edifica.

terça-feira, 11 de março de 2008

A ditadura da maioria

A revolução de Abril criou desde a sua origem a maravilhosa expectativa da melhoria as condições de vida e, sendo de grosso modo consensual, que ela realmente aconteceu, sucede, também que ao longo dos anos se perdeu a tão fantástica ideia de que realmente as "coisas vão mudar"! A implementação da apelidada democracia, esta ideia tão idílica, do poder do povo roubou-nos a esperança sebastianista de que "isto leve uma volta", de que realmente possam "as coisas melhorar"!
Ao longo de quase 35 anos desta contitucional democracia representativa, temos ainda esta absurda ideia de que ela realmente existe, não diria que afirmamos que funciona, já que nessa matéria existem inúmeros críticos impregnados na nossa sociedade arraigados a uma ideia bem cimentadade que "jobs for the boys" tem sido o princípio do fim, contudo, permitam que vá para além disto. Esta ideia de representação das várias ideias na construção de um conjunto normativo legal que norteia as nossas actuações, não passa no meu entender, infelizmente, de, na maior parte dos casos, uma teoria das ideias que o nosso pretensionismo e crença no sistema democrático não nos deixa menosprezar e muito menos negar. Mas, permitam-me a audácia. A imposição de uma maioria eleita ou feita por acordo pós eleitoral, apoiada num sistema constitucional que concede tal fenómeno, consagra uma situação de exclusão da representação das ideias dos partidos nas deliberações aprovadas, pela imposição de uma clara ditadura da maioria, bem expressa, e convictamente em muitas das nossas atitudes diárias, nomeadamente, na legitmidade que atribuimos à escolha por votação simples, na qual a maioria impõem à minoria a sua vontade. Deixo-vos uma reflexão, será esta ditadura da maioria, facilitismo na hora de decidir? Desborucratização na decisão? Ou estamos convictos que a ditadura da maioria é tão simplesmente a consumação prática da democracia em que nos sustentamos? Poder do povo, ou de algum povo?

segunda-feira, 10 de março de 2008

Liberdade de pensamento?

Há momentos em que receio que pensar e construir logicamente raciocínios e teorias de pensamento é algo que perdemos continuamente pelo apego com que lidamos com a letra dos pensadores, cientistas e filósofos que se nos apresentam em posições dicotómicas, que resumimos num esgotamento de ideias inusitado e insólito, ao longo de uma história milenar que conhecemos e recorremos sem apreciação crítica e construtiva.
Somos tentados a defender uma posição apresentada e fundamentada por algum autor que, outrora criticado, foi por certo defendido ao nível da retórica e argumentação, que não ultrapassou muitas vezes técnicas de adulação superficiais e de cariz técnico que mitigam e escondem erros construtivos que, por desleixo e despreocupação nos recusamos a investigar.
Não se esgotaram as formas de pensar, nem a capacidade interpretação de textos, ou questões humanísticas, tantas vezes apelidadas de filosóficas. Não se perderam as capacidades, os argumentos, ou assuntos, simplesmente, ignoramos e ridicularizamos a importância de "parar para pensar"! Quando é que ouviremos a ousadia de, não ignorando os diferentes pensadores e teorias as colocamos numa posição de uma moderada importância pela renovação e revelação de novas perspectivas e entendimentos! Quando é que somos claros em afirmar que não está tudo inventado, nem descoberto, quer ao nível das ciências exactas como das ciências sociais e humanas onde a estagnação parece cada vez mais uma realidade?
Falta coragem? Audácia? Ousadia? Liberdade de pensamento.
Lutámos anos a fio nos mais diversos países pela liberdade económica, de expressão e afins, mas cada vez mais as técnicas de publicidade agressiva, os media, e toda a pressão nos limita naquilo que nunca pensámos que nos pudessem limitar!
Deixem-nos pensar!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Quero ver-te Deus

Quero ver-te Deus
Quero dar-te os meus passos
Assim como tu
Me dás os meus
Quero amar
Amar-te eternamente
Como num momento só
Quero estar na tua presença
Sem pedir licença
Quero amar-te
E desejar-te
E ver-te
E ter-te
E agradecer-te
Por seres tu
Obrigado pelo teu amor
Que leva a minha dor
Obrigado por seres tu

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Prefira-se perder a não tentar

Contemple-se as belezas naturais
Deixe-se ouvir as palavras doces
Deixe-se ver a purez do corpo
Permita-se a unidade e a alegria
Voe-se na esperança alcançada
Reflicta-se a imagem na água do mar
Percorra-se com os dedos o mundo
Sinta-se o coração a palpitar
Afaste-se os maus pensamentos
Tema-se pelas promessas por cumprir
Derrube-se os fracassos infundados
Grite-se e clame-se a vitória
Pinte-se as paredes da cor do céu
Espere-se que os pássaros cantem
Abrace-se os bons corações e ideias
Lute-se sem tréguas nem violência
Prefira-se perder a não tentar
Corra-se, esperneie-se, recomece-se
Conquiste-se, recue-se, avance-se,
Sofra-se, sujeite-se, descubra-se,
Mas nunca, nunca se desista...
Ame-se...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Convenceram-nos de uma mentira!

Acordamos a cada dia com a crença na mentira com que fomos crescendo - nada podemos para alterar aquilo com que não concordamos - assim, acomodamo-nos, deixamos estar, porque mesmo que fizéssemos algo de nada serviria!
Somos assim tão cobardes? Ingénuo? Descrentes! Podemos tudo. Mesmo que a montanha tenha de ser empurrada, somos capazes. Portugal não é aquilo que nós queremos, é aquilo que nós deixamos que seja, porque nada fazemos.
Olhamos para a máquina burocrática de funcionamento estatal, e acreditamos convictos da mentira instituída que nada podemos! Somos capazes de muito mais.
Não nos sentaremos todos nas cadeiras de poder, mas todos daremos aqueles lugares a alguém. Mas líderes poderemos ser em cada lugar, aquele que se encontra sentado pode ter a autoridade, mas para ter liderança precisa muito mais do que apenas ser eleito.
Não posso terminar sem repetir, minhas senhoras e meus senhores acreditem quando vos digo que os portugueses somos nós, e não os outros, que os maus condutores portugueses somos nós e não os outros, e não se convençam quando vos dizem que nada podem para alterar tudo aquilo com que não concordam. Podem muito, e serão compensados pelos vossos esforços. Acreditemos!

Não posso deixar de pronunciar

São cada vez mais permanentes, ou apenas, visíveis as decisões de tribunais portugueses que retirando as crianças aos pais "adoptivos" ou adoptantes as entregam aos pais biológicos.
Cumpre-me discutir os pressupostos de uma acção judicial e de aplicação do direito não apenas em Portugal, mas nos diversos países.
De leis, de processo cíveis, não me tenho em conta como entendido, mas comecemos pela base do nosso ordenamento jurídico, ou de qualquer um neste mundo. Para que queremos um Estado? Porque necessitamos dele? Parece-me demasiado consensual para ser menosprezado que a defesa do bem comum será talvez um ponto crucial da sua constituição. Ora, é o Estado, com seus diversos órgãos de soberania que oferece a cada cidadão a hipótese de se defender, representando, aqueles que não têm a capacidade de se defender! Mas quem defende o interesse dos menores? No caso "Casa Pia", o Ministério Público acusa os suspeitos. E no caso Esmeralda? E em todos os os outros casos? Quem defende as crianças? Vejo de um lado pais "afectivos", vejo de outro pais biológicos? A criança é um objecto? Ou, também ela enquanto cidadão deve ter quem represente os seus interesses?
Para que me alerta este raciocínio? Existe em Portugal um verdadeiro Estado de Direito Democrático, ou vivemos sem Estado apenas com Direito? É que todos, mesmo com certas limitações conseguimos concordar que os impostos são necessários, embora nos custem a pagar, mas em democracia, mesmo respeitando a separação de poderes, poderíamos alterar a lei, através dos nossos representantes, mas não concordando com as decisões, o que fazemos para este fim?
Um Estado que não prossegue os fins para que se forma, mas que sujeita a regras de Direito que o contrariam.
Uma democracia que não reage mesmo quando o seu "demos" (leia-se povo) não concorda na sua grande maioria com tais decisões.
Vamos levantar do sofá? Classifiquem-me como quiserem, mas no sofá, ou nesta cadeira onde me sento ficam as lágrimas que do meu rosto correm por ver ambas as situações. Primeiro, a situação das crianças que não são defendidas mas tratadas como objectos, segundo, a nossa concepção de responsabilidade. Conquistámos a democracia, criticamos a prepotência, mas habituámo-nos a que decidam por nós, porquê? Porque é mais confortável? Não deixamos que nos representem, porque nem sequer exprimimos a nossa opinião. Decidam por nós porque a telenovela ainda não acabou?

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Não entristecer

Não entristecer!
Será falar, será dizer
Será fugir, não pensar
Nem querer!
Não olhar, nem ver
Dominar a ansiedade
Desmentir a verdade
Não admitir a saudade
E adormecer...
Deitado numa cama
Sem amar quem ama
E ficar sozinho
Procurando um cantinho
E cantar...
Sem ninguém para ouvir
Sem ter de sorrir
E calar e consentir
É não entristecer!

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Os fins justificam os meios?

Alguém cometeu um crime. És um polícia competente, reconhecido, experiente na realização do teu trabalho. Tu sabes quem cometeu o crime. Tu viste quem o cometeu. Mas ele fez o mal bem feito. Não deixou provas. Apenas uma testemunha ocular. Tu.
O tribunal nunca te pareceu um sítio tão injusto. De audiência em audiência tu apenas vês as "provas" de uma inocência que não existe.
As tuas noites parecem muito mais longas do que o habitual. Não te conformas com a ineficiência e ineficácia do teu trabalho. O processo vai-se esgotando.
As decisões tomam-se em pequenos momentos, tens acesso ao cadáver. Uma amostra de sangue da vítima em casa do culpado é uma prova a que o juiz não consegue ficar imune. Foi necessária não mais do que uma hora para comprovar um crime e ninguém precisa de saber.
"Não se escolhe quando se diz a verdade. A verdade está para além disso"
Perde-se o rumo.
Os fins justificam os meios?
Não.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Há gente! Porquê?

Há gente que não te vê
Há gente que fala contigo
Há gente que passa
Há gente que fica
Há gente que não parece gente
Há gente que mata
Há gente que sente
Há gente que sofre
Há gente tão diferente
Há gente que come
Há gente que não quer
Há gente que não te conhece
E há gente que te ama
Somos essa gente?
Se somos,
Porquê?
Porque é que fazemos o que não queremos?
Porque dizemos o que não queremos?
Porque queremos e não dizemos?
Porque não amamos sem medos?
Porque não te falamos?
Porque não te escutamos?
Porque não te louvamos?
Porque não nos damos?
Porquê?
Porque nos fizeste assim?

sábado, 27 de outubro de 2007

A cidade e eu

O teu rosto está longe de mim
A cidade fugiu para fora de si
O ruído dos teus passos assombra
A respiração ouve-se ao longe
Não há pessoas que passam
Nem carros que circulam
A vida desapareceu devagar
As paredes são velhas e feias
Os edifícios demasiado altos
E as ruas muito estreitas
O vento ressoa ameaçador
Ouvem-se vozes perdidas
São gritos em busca de ajuda
A noite avança sonolenta
O dia desespera pelo seu fim
Pedaços de cartão e papel
Esvoaçam presos na ventania
A cidade está imunda e triste
A natureza foi abandonada
Agora só a poluição persiste
As pedras de passeio levantaram
As ruas são enormes crateras
Nas janelas os vidros estão partidos
As ruas estão desertas e livres
A cidade por completo abandonada
A tristeza do existir domina o ser
A cidade acompanha o coração.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Os meus sonhos

Os meus sonhos são um poema de ti
Navegas na solidão do meu sono
Apareces na escuridão da noite
Ficas por ali vegetando lentamente
Às vezes abro os olhos e vejo
E lá está a imagem da tua presença
Conservo-a ali o mais tempo que posso
Esvoaças no vento, perdes-te na neblina
E eu acredito que tu estás sempre lá
Atrás da escuridão do meu mundo
Do outro lado dos meus olhos fechados
Sempre presente da tua falta física
Mas estás comigo, creio que sim
Fico a meditar no nosso reencontro
A temer o amanhã da tua ausência
Contraio-me e faço um cara triste
Redescubro a tua presença e sorrio

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Um barco à vela, Uma ilha deserta

Um barco à vela
Uma ilha deserta
São iguais
Acendo a televisão
Escolho os canais
E eles não estão lá.
Eles são o sonho
Toda a imaginação
Que me proponho
Para dilatar o coração
Um barco à vela
Traz a tranquilidade
E as ondas do mar
Uma ilha deserta
Traz a privacidade
Em tons de luar
Uma ilha deserta
Liberta calor
E aumenta o desejo
Um barco à vela
Transforma o sabor
De apenas um beijo
Torna-o salgado
E bem educado
Fecham-se os olhos
E continua-se a sentir
Nas ondas do mar
As tuas a sorrir.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Encontrei alguém que dizia assim

Há dias em que fugimos do mundo, que nos refugiamos num canto e desejamos que tudo passe ao lado, que ninguém nos pergunte porquê, porque nem sabemos a resposta. Há dias em que é assim, não temos soluções, e só vemos problemas, são dias transpirados de lágrimas correntes mas, esses dias não são todos. No outro dia estive assim. Acho que o sol não acordou, acho até que o céu fez uma careta para mim e que me achou feio. Não gostei da estrada nesse dia, estava cheia de curvas e cruzamentos e não me explicou o caminho. As pessoas que passaram por mim não me disseram “olá”, ou pelo menos eu não as ouvi. Os meus amigos não me perguntaram “porquê?” ou pelos menos eu não lhes respondi. Foi um dia de uma semana qualquer que o calendário escolheu para me ver chorar e eu obedeci porque há dias em que temos de chorar, porque há dias em que temos de derrubar barreiras para crescer, e meditar, e pensar em nós. Há dias em que nos preocupamos connosco e maltratamos os outros e que não lhes perguntamos como estão. Há uns dias tive um desses dias e acho que ninguém reparou, foi isso que me fez ter outro.
Escreveu: Alguém que passou por nós

Será um dia Bonito

Uma amiga que tenho escreveu assim:
"Vai haver o tal dia. O dia em que todos esquecerão o que deve ser esquecido, o dia em que todos se darão simplesmente bem, e o dia em que todas as relações (quaisquer que sejam elas) sejam simplesmente perfeitas, magicas e únicas. O dia onde eu e tu, ele e ela, eles e os outros, dar-se-ão todos bem. O dia em que toda a gente e mais alguma que falte será feliz (mesmo que seja só por um mísero dia). O dia em que ninguém terá falta de nada nem mesmo de um simples carinho. Todos vão perceber onde erraram e todos vão pedir desculpa por isso e por tudo. Todos irão dizer as palavras certas e necessárias do momento. Será um dia bonito. Todos realizarão os sonhos das suas vidas por mais difíceis que sejam. Todos visitarão os lugares mais belos do mundo sem pensar nos custos. Ninguém vai pensar na vergonha que será dizer “gosto muito de ti”, simplesmente o dirão sem pensar no resto, e ouvirão um “Eu também gosto muito de ti”. O único problema será não ouvir mais dos tradicionais contos de fadas “And they lived happy forever and ever” porque o “forever and ever” acabará nesse mesmo dia. Sim, o mundo só será realmente feliz e só pensará nas coisas realmente importantes quando repararem que vão perder tudo. É triste, mas o mais triste, é que é mesmo verdade."
A ela chamam-lhe Mariana Fernandes

domingo, 21 de outubro de 2007

Geração Eleita

É um privilégio enorme ter a oportunidade de estar convosco, ver-vos crescer é ... Sem Palavras.
Skopos - um conjunto de adolescentes, que amam, que se preocupam, que oram uns pelos outros, cheios do Espírito Santo, com fome de Deus.
A geração eleita... A geração do presente... Vamos desmitificar, vamos construir.. Vamos contra a corrente. Estamos com Deus.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

De olhos no horizonte

As palavras difíceis são como os textos longos, desmotivam-nos.
Não vemos a hora de nos levantar-mos se nos mantivermos a olhar para o chão. No horizonte os nossos limites são mais amplos e a nossa influência maior. O mundo sendo enorme nos nossos olhos fica contido. Vamos levantar a cabeça?

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Momentos

O momento tem pressa
E chamo-o intemporal
O momento é um peça
É um género teatral
O momento é eterno
E passa num instante
Mas não faz mal!
Guardo-o no coração
Ele não é passado
É uma recordação
Na vida é um estado
Na escola uma lição
Ele não se escolhe
Fica-nos na mente
Aparece num dia
E no outro está doente
Não tem hora
Nem sequer lugar
Ataca-nos de surpresa
Talvez ao acordar
Mas ataca de certeza
O momento é tudo
Um salva-vidas
Uma tempestade
Um sorriso
Uma verdade
Uma tristeza
Uma crueldade
O nascimento
A mortalidade.

A Vergonha Escondida, um Poder Universal

Embora nunca houvesse sido Saddam, o Iraque não é mais liderado por esse horrível ditador. Um conjunto de crianças e mulheres que choram agarradas a quem não têm, não são Saddam, ou qualquer outro ditador ávido de sangue e dinheiro. Estão banalizadas as imagens de atentados em pedaços de automóvel espalhados aleatoriamente por ruas escuras e destruídas por uma guerra que há muito esqueceu que um país são pessoas que lutam, trabalham e vivem diariamente. Já não se vêem lágrimas das mães que perderam os filhos, já não se vêem meninos descalços de roupas rasgadas nem se sente dor.
Será que desapareceu a esperança e que nos conformamos com a desumana gente? Será que não cumpriu já humilde gente a sua sentença? Mesmo não cometendo nenhum crime, não é já conta bastante o sangue derramado? A guerra está perdida; será pedir demais, acenar com um prémio de consolação para os derrotados? Será que a paz não faz já parte de uma humilde surpresa?
Não é já o momento de afirmarmos a nossa liberdade de expressão? Ou também nós acreditamos que estão longe demais aqueles que sofrem para sequer merecerem a nossa preocupação? Porque é que não nos atrevemos a classificar de líder sanguinário alguém que espalha corpos fora do seu próprio país? Existe alguma cláusula de exclusão patriótica, ou será título tão nobre que não pode ser exportado?
Somos unânimes em afirmar que a metrópole tem conduzido há desumanização dos relacionamentos, ao isolamento no meio da multidão, e até à frieza e indiferença. A metrópole somos nós, cheios de dedos apontados aos outros acreditando que as nossas acções nada podem para contrariar a generalização da inércia. Somos nós os responsáveis por aquilo que se passa no mundo através do nosso poder universal, não tanto por aquilo que fazemos, mas muito mais por aquilo que deixamos de fazer. Mas tal atenuante, não nos desresponsabiliza, apenas deveria agravar a nossa penitência, pela inutilidade com que nos caracterizamos bem patente nas (in)desejadas horas em que nos deliciamos frente a concursos e programas criados para nossa satisfação.
Poderão apelidar-me de ingénuo ou até de sonhador, mas continuo a acreditar no dia em que esta geração se faça realmente notar como fonte de transformação, consequência do cansaço, da inevitabilidade de reagir ou apenas de levantar do sofá. A verdade é que o tempo certo se aproxima e que a resposta urge. Chega a hora em que o conformismo não é mais posição sensata ou aconselhável. O limite das nossas acções não são a grandeza dos nossos sonhos, mas os fundamentos que construímos. A lusa gente deixou uma dura herança que a cada dia urge refazer.
Não somos mais um no meio de muitos, somos cada vez mais muitos e apenas precisamos de crer que partilhamos a mesma crença pela paz. O nosso poder é universal.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Paixão

É a paixão que nos mata mas também ela que nos faz viver. Pode não estar escrito, pode nem ser visível a olho nú, mas um amor calmo, de mornas águas é indispensável mas insuficiente, é valoroso mas não pode ser exlusivo. Trasformar as nossas vidas em vidas excepcionais tem de ser mais objectivamente procurado, desejá-las extraordinárias é fundamental. É necessária a paixão, a loucura, o arrebatamento que nos permitem realizar obras diferentes, audaciosas, cheias de carisma. É preciso a quase insanidade da paixão, a bebedeira do amor que permite fazer diferente, fantástico, sem medos. Queremos mais, desejamos melhor, é preciso pagar um preço mais alto, sem limites. Vos amo, apaixonadamente.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Conformados?

Decidir é o maior condicionalismo que colocamos ao futuro das nossas vidas e há quem adie a cada dia fazê-lo! Decidir não decidir representa uma imposição com consequências a que não podemos fugir. Se não fizermos, se não agirmos, se nos sentarmos confortavelmente sobre o crepúsculo matutino sem ânsia nem desespero enfrentaremos a certeza de não sermos criticados pela nossa obra, mas, os radicalismos cada vez mais presentes alertam-nos para uma inevitabilidade: não é mais hora de não contrapor nem suportar e muito menos de murmurar silenciosamente "vou na onda" é preciso marcar posição e suportar as consequências. É cada vez mais necessário enfrentar as alegrias das vitórias e as tristezas das derrotas. É urgente reconhecermos que vamos errar porque fazemos, porque estamos lá! Porque somos teimosos e temos personalidade e só mudamos de opinião se realmente nos provarem o contrário. Conformismo é manter-se inalando as consequências das fumarolas da humanidade, sabendo que é a causa do cancro da felicidade mediana.

domingo, 14 de outubro de 2007

Sentimentos

A solidão e a melancolia estão comigo
A tristeza da tua ausência envolve-me
O meu coração fechou-se para o mundo
Dos meus olhos caiem lágrimas puras
Os meus dedos tremem nervosos
Fisicamente perdi todos os sentidos
Não vejo, não saboreio, não nada...
Apenas sinto tudo e deixo passar o tempo
Fechei as portas de todo o universo
Nem sequer me recordo de olhar para trás
Sigo em frente confiante e mudo
A saudade e a ansiedade dominam-me
Não perco a calma, deixo-me ir
As correntes da alma prendem-me
O sangue parece bloquear o coração
Nada entra, nada sai e ficamos ali
Naquele sequestro da saudade
No desejo nervoso, na ansiedade
A fome e a sede da tua aparição
Libertam e aquecem com a sua luz
Estou livre atrás das grades do coração
Preso nos campos da saudade
E, perdidamente, tenho esperança
Nas veias dos meus braços e mãos
Corre a certeza de um abraço teu
Na vida a tua perseguição enaltece-me.

sábado, 13 de outubro de 2007

Os corajosos elogiam, os outros calam-se

Alegram-me as pessoas que elogiam, e contentam-me ainda mais aquelas que nada esperam receber em troca quando nos dirigem tais palavras. Tristemente, os sonetos às donzelas da elite da corte real ( leia-se: às mulheres) têm sido desprezados em trocas míseras ofertas de bebidas e piropos impregnados de exageros boçais desprovidos de afecto. Já não vemos poemas para meninas tímidas às janelas, nem prosas que cortam a respiração, trocámo-los por declarações práticas e carismáticas, símbolos de virilidade que de tão grande efemeridade estão cheias.
Saudosista? Não. Mas, há que confessar que saborear histórias de outros tempos contadas por pessoas antigas, para as quais o presente é, talvez, difícil de encarar e impossível de entender, abre no nosso pensamento o vazio do desconhecimento e da falta da vivência da contenção do desejo, do exaspero da criatividade amorosa e do romance arriscado.
As palavras bonitas, o reconhecimento de uma capacidade, de um trabalho, de uma característica, é hoje, uma rara excepção que, numa sociedade de crítica fácil, desejo enaltecer. Louvem-se aquelas pessoas que não deixaram de acreditar nas virtudes humanas e, que mais do que isso as conseguem reconhecer e apresentar diante dos outros. Corajosos não são os que enfrentam o perigo, são somente aqueles que reconhecendo a audácia daqueles que o enfrentaram, se degladeiam e vencem a batalha de enaltecer publicamente o talento.

Ali, A Natureza

Ali,
Onde a luz do sol não ilumina
Onde a noite pernoita escondida
Ali,
As idosas árvores centenárias
Ocultam do céu a maravilha da terra
Não há peixes, nem água, nem sal
Não há areia, nem ondas, nem céu
Há apenas puro espaço, tranquilo
Há vida no murmúrio no vento
E em cada rangido das árvores
Sim, porque ali as árvores falam
Gemem bem alto à força do vento
Ali a natureza cresce do chão
As rochas acumulam-se lado a lado
Cinzentas, frias e destemidas
Castanho da caruma que o cobre
O chão desenvolve-se sem fim
Sem fim no olhar que o percorre
O cheiro é húmido da terra lavada.
Naquele lugar quase inóxio
A tranquilidade domina o ser
A natureza envolve a paisagem
Ali,
Por entre as copas do arvoredo
Dançam de noite as estrelas
Ali,
Lugar que a humanidade esqueceu
Os nossos corações premiaram
Com a leveza e o silêncio do ser.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Não desejar

Morri ontem
Hoje... não sou mais eu
Já não há desejos,
Nem angústias,
Nem coisa alguma
Que me faça correr por mim
Não há fome ou necessidade
Apenas nada
Tudo já não é meu
E ainda ontem era.
Mas ontem foi ontem
E hoje não quero.

Há dias e há noites

Há dias,
Em que,
O ar nos persegue
E somos pequenos
Em que,
O dia que se segue
Parece mais longo
E o que acontece
Não estava previsto.
Há dias,
Em que,
Aquilo que parece
Não existe
E o que sucede
Resiste, para acontecer
Há dias,
Em que,
Não há palavras certas
Nem pensamentos
E que as portas abertas
São muros sedentos
Há noites,
Em que,
Tudo fica mais claro
E o mundo não escarnece
Há noites e dias
Em que somos apenas nós.

Poema Sem Título

As palavras que não escrevo
As frases que não digo
São as mais importantes
Vêm poetas reproduzir amor
Vêm artistas apresentar arte
Tão grande é o coração
Tão pequeno o talento
Nas nossas mãos
Nos nossos olhos
Dentro de nós
Há algo que é muito mais
Muito mais, muito maior
A imagem? Não tem...
Se tivesse perdia
Perdia beleza, imensidão
Até certeza
Mais fundo, mais além
Existe algo
Que imagem não tem
E não pode ser visto
E existe.

Perguntas, porquê?
Porquê são palavras
E as palavras diminuem
As palavras desgastam
E retiram imensidão


Não pode ser descrito
Nem compreendido
Apenas aceite
E existe
Mesmo que não queiras
Mesmo que fujas
Mesmo que não saibas.

Vence o diletantismo da agonia e da inércia?

Quando nos preparamos para marcar uma geração e acreditamos que os nossos passos consagram para Deus o voltar de uma página, o decapitar de ideias tristes e fatalistas que nos cativam para o comodismo mediano de nada fazer, nem pensar, nem resistir, é preciso ser-se radical!
Não importa que atiremos ao lado, que não acertemos no centro, mas teremos de deixar a mão do lançador, pegar no arco, e ser a seta e mesmo que o centro do alvo não seja o nosso destino, por lá ficaremos crustados numa atitude convicta de quem ficou mais perto, assumindo que errámos porque fizemos.
É um lugar comum, a tranquilidade e a ingenuidade de concluir sem retirar consequências, é esse local tão normal, tão permanente e tão seguro que nos remete para o cancro da felicidade mediana e nos prende a uma realidade moldada por um conceito de risco inexplorado e por um semblante farsista de inactividade. Não agir será um fardo demasiado pesado para quem acredita que tem o futuro nas mãos.

Inauguração


Corta-se a fita, destapa-se a placa e concretiza-se um projecto.

"Deus quer, o homem sonha, a obra nasce" Pessoa

Aqui pretendo deixar, reflexões, divagações, poemas e explicações que traduzem tão somente a minha expressão pública, quem de humildes palavras retirar conclusões específicas que possam caracterizar o âmago do meu ser precipita-se. O Palavras Curiosas pretende ser um espaço de cultura, reflexão, partilha de conhecimento e enriquecimento pessoal.