sábado, 27 de outubro de 2007

A cidade e eu

O teu rosto está longe de mim
A cidade fugiu para fora de si
O ruído dos teus passos assombra
A respiração ouve-se ao longe
Não há pessoas que passam
Nem carros que circulam
A vida desapareceu devagar
As paredes são velhas e feias
Os edifícios demasiado altos
E as ruas muito estreitas
O vento ressoa ameaçador
Ouvem-se vozes perdidas
São gritos em busca de ajuda
A noite avança sonolenta
O dia desespera pelo seu fim
Pedaços de cartão e papel
Esvoaçam presos na ventania
A cidade está imunda e triste
A natureza foi abandonada
Agora só a poluição persiste
As pedras de passeio levantaram
As ruas são enormes crateras
Nas janelas os vidros estão partidos
As ruas estão desertas e livres
A cidade por completo abandonada
A tristeza do existir domina o ser
A cidade acompanha o coração.

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