Alguém cometeu um crime. És um polícia competente, reconhecido, experiente na realização do teu trabalho. Tu sabes quem cometeu o crime. Tu viste quem o cometeu. Mas ele fez o mal bem feito. Não deixou provas. Apenas uma testemunha ocular. Tu.
O tribunal nunca te pareceu um sítio tão injusto. De audiência em audiência tu apenas vês as "provas" de uma inocência que não existe.
As tuas noites parecem muito mais longas do que o habitual. Não te conformas com a ineficiência e ineficácia do teu trabalho. O processo vai-se esgotando.
As decisões tomam-se em pequenos momentos, tens acesso ao cadáver. Uma amostra de sangue da vítima em casa do culpado é uma prova a que o juiz não consegue ficar imune. Foi necessária não mais do que uma hora para comprovar um crime e ninguém precisa de saber.
"Não se escolhe quando se diz a verdade. A verdade está para além disso"
Perde-se o rumo.
Os fins justificam os meios?
Não.