quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Não entristecer

Não entristecer!
Será falar, será dizer
Será fugir, não pensar
Nem querer!
Não olhar, nem ver
Dominar a ansiedade
Desmentir a verdade
Não admitir a saudade
E adormecer...
Deitado numa cama
Sem amar quem ama
E ficar sozinho
Procurando um cantinho
E cantar...
Sem ninguém para ouvir
Sem ter de sorrir
E calar e consentir
É não entristecer!

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Os fins justificam os meios?

Alguém cometeu um crime. És um polícia competente, reconhecido, experiente na realização do teu trabalho. Tu sabes quem cometeu o crime. Tu viste quem o cometeu. Mas ele fez o mal bem feito. Não deixou provas. Apenas uma testemunha ocular. Tu.
O tribunal nunca te pareceu um sítio tão injusto. De audiência em audiência tu apenas vês as "provas" de uma inocência que não existe.
As tuas noites parecem muito mais longas do que o habitual. Não te conformas com a ineficiência e ineficácia do teu trabalho. O processo vai-se esgotando.
As decisões tomam-se em pequenos momentos, tens acesso ao cadáver. Uma amostra de sangue da vítima em casa do culpado é uma prova a que o juiz não consegue ficar imune. Foi necessária não mais do que uma hora para comprovar um crime e ninguém precisa de saber.
"Não se escolhe quando se diz a verdade. A verdade está para além disso"
Perde-se o rumo.
Os fins justificam os meios?
Não.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Há gente! Porquê?

Há gente que não te vê
Há gente que fala contigo
Há gente que passa
Há gente que fica
Há gente que não parece gente
Há gente que mata
Há gente que sente
Há gente que sofre
Há gente tão diferente
Há gente que come
Há gente que não quer
Há gente que não te conhece
E há gente que te ama
Somos essa gente?
Se somos,
Porquê?
Porque é que fazemos o que não queremos?
Porque dizemos o que não queremos?
Porque queremos e não dizemos?
Porque não amamos sem medos?
Porque não te falamos?
Porque não te escutamos?
Porque não te louvamos?
Porque não nos damos?
Porquê?
Porque nos fizeste assim?